“O amor próprio é como um músculo. Você tem que exercitar diariamente e requer esforço”.
A importância do amor próprio
Quando falamos de amor, costumamos referir-nos àquele que é transmitido a outras pessoas, mas para que essa forma de afeto ocorra é necessário que haja um tipo de amor anterior: o próprio. É a capacidade genuína de reconhecer as forças e virtudes de si e, igualmente, aceitar as nossas fraquezas e defeitos , integrando-os no desenvolvimento da nossa vida.
Quem demonstra amor próprio é habitualmente definido como uma pessoa de ‘carácter vivaz’, que se aborrece quando considera que a sua dignidade foi violada ou ridicularizada. Por outro lado, há pessoas que admitem com mais facilidade as críticas, mesmo sendo demitidos, deslocados ou deixados em segundo plano, sem se aborrecer, indignar ou simplesmente protestar .
“Há também quem generalize esse tipo de amor para seu time de futebol, sua família ou seu país, porque o vive intimamente como se fosse seu, mesmo que sejam grupos heterogêneos”.
Positivamente, o amor próprio ajuda-nos a obter maior eficiência nas tarefas empreendidas, dá sentido de capacidade, impede-nos de desistir facilmente, reduz o medo do ridículo e da necessidade de aprovação dos outros, reduz a ansiedade, tristeza e depressão, permite construir relacionamento interpessoal mais saudáveis e favorece a independência e autonomia. Claro, não deve ser confundido com egoísmo e egocentrismo.
Quando falta, há dependência emocional, que é a crença de precisar do outro para estar bem consigo mesmo. Reflete-se, por exemplo, naquelas pessoas que dão tudo pelo parceiro na relação e se esquecem do próprio bem-estar; mas também naqueles que, ao sair de um relacionamento, começam com outra pessoa imediatamente sem ter dedicado tempo para ficar bem.
Nas relações amorosas há sempre pessoas que se entregam mais do que as outras, talvez por falta de amor próprio ou porque não lhes convém ficar discutindo o dia todo. Se surgir a circunstância de o parceiro de tal sujeito tender sempre a impor os seus critérios, corre-se o risco de que o invadam e venham a tiranizá-la, passando a tornar o relacionamento abusivo.
Como aumentar o amor próprio
Como quase tudo na vida, o que é cultivado desde a infância geralmente cresce em terreno fértil. Assim, tanto nossos próprios costumes quanto o meio ambiente têm um efeito direto sobre nossa autoestima, até aumenta o poder de atração.
Nunca é tarde para descobrir e treinar como aumentar o amor próprio
“Pais que dão segurança, que estimulam o apego, o vínculo, que apoiam e aprovam, criam um ambiente agradável e seguro para seus filhos. Ao contrário, uma família muito desestruturada causa insegurança e às vezes uma resposta violenta a eventos que não merecem ”.
Além dos aspectos da infância, o amor-próprio se adquire testando nossos limites e superando desafios, ou seja, provando a própria capacidade e valor para si mesmo. Claro, ele considera que, mesmo que uma pessoa não tenha desfrutado das circunstâncias ideais para desenvolver sua autoestima, fazê-lo na vida adulta é mais difícil, mas não impossível. “Vontade, convicção e esforço podem fazer quase tudo”.
Dicas de como aumentar o amor próprio
O amor-próprio é como um músculo que deve ser exercitado diariamente e que exige esforço. Para treiná-lo, é preciso praticar: autoconceito, autoimagem, auto reforço e auto eficácia.
Autoconceito
É o tipo de pensamento que temos sobre nós mesmos. O psicólogo aconselha a ter um cuidado especial com a autocrítica e a “repreender-nos” perante os nossos erros, sempre de forma construtiva , com o objetivo de aprender com os erros. Por exemplo, quando algo dá errado, enviamos para o nosso cérebro a mensagem “não se preocupe, essa é a sua experiência e da próxima vez você fará melhor”, ao invés de “você é inútil” ou “você fez tudo errado”.
Autoimagem
É a maneira como nos vemos. Nossa natureza nos leva a nos compararmos com os outros, mas é preciso rejeitar os padrões de beleza impostos socialmente e evitar comparações injustas. Para trabalhar nisso, podemos fazer uma lista de nossos pontos fortes e fracos, com exemplos de como podemos melhorar estes últimos. Yoga também é um exercício interessante para se conectar com seu corpo e aceitá-lo.
Auto reforço
Envolve elogiar a nós mesmos quando pensamos que merecemos. Como o tapinha nas costas que é típico. Não exagere, mas dar- se ao luxo de vez em quando não faz mal.
Auto eficácia
É a confiança que temos em nós próprios e que nos leva a alcançar os nossos objetivos. Para promover este aspecto, podemos definir metas específicas atrativas, mas realistas, com prazos definidos em um plano de ação. “Analise e parabenize-se por suas conquistas, mas também reconheça seus fracassos”.
Trabalhar o amor-próprio não nos impede de ter problemas, mas nos dá ferramentas para enfrentá-los.